Série “O dinheiro e os relacionamentos” – 1ª. parte
Publicado em 23/8/2008, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro
No sábado passado, esta coluna anunciou que, hoje, teria início uma série de textos quinzenais sobre como o dinheiro interfere nos relacionamentos. A publicação provocou comentários postados no blog e a mim encaminhados por e-mail. Mas o leitor José Stélio nos trouxe uma idéia que podemos usar como ponto de partida. Ele disse que o dinheiro passa a ser um problema quando se torna dono da pessoa. E aí, eu pergunto: “Como algo inanimado pode se apossar de um ser humano?”
Felicidade geralmente é confundida com sucesso financeiro. Para muitos, a vida se resume a negócios, status, o que dá ao dinheiro um enorme poder. Qualquer conflito nessa área costuma ser de difícil solução, principalmente se nele estiverem envolvidas pessoas que mantêm ou mantiveram um relacionamento próximo. Os desentendimentos podem ser sobre gastos, contas não pagas, perda de emprego, pensões. Vemos homens que precisam estar no controle; mulheres que se vingam gastando ou acusando o parceiro de não procurar melhorar; maridos ressentidos com o sucesso da esposa; filhos matando os pais para receber a herança.
Muitos se lembram da novela Pecado Capital, exibida pela Globo na década de 70, cuja música de abertura, composta e gravada por Paulinho da Viola, tornou-se um dos maiores sucessos do artista. Ela diz que dinheiro na mão é vendaval na vida de um sonhador, que muita gente aí se engana e cai da cama com toda a ilusão que sonhou, e que a grandeza se desfaz, quando a solidão é mais, como alguém já falou. Mas que é preciso viver e viver não é brincadeira não. Que quando o jeito é se virar, cada um trata de si, irmão desconhece irmão. E que, aí, dinheiro na mão é vendaval, dinheiro na mão é solução e solidão.
Essa música pode nos dar uma idéia de como a possessão acontece. Ela fala que o dinheiro pode provocar um vendaval, um tumulto interior em um sonhador, alguém que não está em contato com a realidade, um despreparado, um iludido que, pressionado pelas cobranças da vida, perde-se a ponto de desconhecer o irmão. Ela não diz que isso acontece a todo mundo ou pode ocorrer com qualquer pessoa. Em outras palavras, o turbilhão não depende do dinheiro, mas daquele em cujas mãos ele está ou não está. Assim, sempre que o dinheiro se colocar entre nós e outra pessoa, sempre que ele se apresentar como um empecilho a um relacionamento saudável, deveremos nos perguntar que sentimentos estão envolvidos na situação. A conduta de alguém com relação a dinheiro nunca é isolada, mas um reflexo de sua personalidade. E as brigas por dinheiro raramente são apenas por dinheiro.
Noutro dia, li, na Época, pergunta feita ao consultor de investimentos Mauro Halfeld que dizia mais ou menos assim: “Meu noivo propôs um acordo pré-nupcial e me senti meio ofendida. A família dele tem uma situação financeira melhor que a minha e me senti excluída. O que fazer?”. Minhas perguntas são: será que qualquer noiva se sentiria ofendida e excluída como essa? Será que uma outra poderia considerar a proposta de acordo muito natural? Será que uma outra poderia até mesmo se antecipar ao noivo e propor o acordo, considerando a diferença entre as famílias, exatamente para evitar que essa questão viesse a ser um problema para o casal algum dia?
A idéia da série é exercitarmos esse tipo de reflexão, para que os verdadeiros problemas, que estão escondidos nesses conflitos, venham à tona. Só assim poderemos encará-los e dar a eles uma solução. Eu acredito que, a partir de situações concretas, teremos mais sucesso nessa empreitada. Então, convoco todos os que se interessam pelo assunto a participar, enviando seus questionamentos, contando suas experiências.
Os interessados em ser co-autores da série poderão usar o próprio nome ou um pseudônimo, postar um comentário no blog ou enviar mensagem para maracisantana@yahoo.com.br, sem nenhuma preocupação quanto à privacidade.
Fico aguardando notícias de vocês. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!
Felicidade geralmente é confundida com sucesso financeiro. Para muitos, a vida se resume a negócios, status, o que dá ao dinheiro um enorme poder. Qualquer conflito nessa área costuma ser de difícil solução, principalmente se nele estiverem envolvidas pessoas que mantêm ou mantiveram um relacionamento próximo. Os desentendimentos podem ser sobre gastos, contas não pagas, perda de emprego, pensões. Vemos homens que precisam estar no controle; mulheres que se vingam gastando ou acusando o parceiro de não procurar melhorar; maridos ressentidos com o sucesso da esposa; filhos matando os pais para receber a herança.
Muitos se lembram da novela Pecado Capital, exibida pela Globo na década de 70, cuja música de abertura, composta e gravada por Paulinho da Viola, tornou-se um dos maiores sucessos do artista. Ela diz que dinheiro na mão é vendaval na vida de um sonhador, que muita gente aí se engana e cai da cama com toda a ilusão que sonhou, e que a grandeza se desfaz, quando a solidão é mais, como alguém já falou. Mas que é preciso viver e viver não é brincadeira não. Que quando o jeito é se virar, cada um trata de si, irmão desconhece irmão. E que, aí, dinheiro na mão é vendaval, dinheiro na mão é solução e solidão.
Essa música pode nos dar uma idéia de como a possessão acontece. Ela fala que o dinheiro pode provocar um vendaval, um tumulto interior em um sonhador, alguém que não está em contato com a realidade, um despreparado, um iludido que, pressionado pelas cobranças da vida, perde-se a ponto de desconhecer o irmão. Ela não diz que isso acontece a todo mundo ou pode ocorrer com qualquer pessoa. Em outras palavras, o turbilhão não depende do dinheiro, mas daquele em cujas mãos ele está ou não está. Assim, sempre que o dinheiro se colocar entre nós e outra pessoa, sempre que ele se apresentar como um empecilho a um relacionamento saudável, deveremos nos perguntar que sentimentos estão envolvidos na situação. A conduta de alguém com relação a dinheiro nunca é isolada, mas um reflexo de sua personalidade. E as brigas por dinheiro raramente são apenas por dinheiro.
Noutro dia, li, na Época, pergunta feita ao consultor de investimentos Mauro Halfeld que dizia mais ou menos assim: “Meu noivo propôs um acordo pré-nupcial e me senti meio ofendida. A família dele tem uma situação financeira melhor que a minha e me senti excluída. O que fazer?”. Minhas perguntas são: será que qualquer noiva se sentiria ofendida e excluída como essa? Será que uma outra poderia considerar a proposta de acordo muito natural? Será que uma outra poderia até mesmo se antecipar ao noivo e propor o acordo, considerando a diferença entre as famílias, exatamente para evitar que essa questão viesse a ser um problema para o casal algum dia?
A idéia da série é exercitarmos esse tipo de reflexão, para que os verdadeiros problemas, que estão escondidos nesses conflitos, venham à tona. Só assim poderemos encará-los e dar a eles uma solução. Eu acredito que, a partir de situações concretas, teremos mais sucesso nessa empreitada. Então, convoco todos os que se interessam pelo assunto a participar, enviando seus questionamentos, contando suas experiências.
Os interessados em ser co-autores da série poderão usar o próprio nome ou um pseudônimo, postar um comentário no blog ou enviar mensagem para maracisantana@yahoo.com.br, sem nenhuma preocupação quanto à privacidade.
Fico aguardando notícias de vocês. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!
Maraci Sant'Ana
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