30 de setembro de 2008

O poder do dinheiro

Série “O dinheiro e os relacionamentos” – 1ª. parte

Publicado em 23/8/2008, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro



No sábado passado, esta coluna anunciou que, hoje, teria início uma série de textos quinzenais sobre como o dinheiro interfere nos relacionamentos. A publicação provocou comentários postados no blog e a mim encaminhados por e-mail. Mas o leitor José Stélio nos trouxe uma idéia que podemos usar como ponto de partida. Ele disse que o dinheiro passa a ser um problema quando se torna dono da pessoa. E aí, eu pergunto: “Como algo inanimado pode se apossar de um ser humano?”

Felicidade geralmente é confundida com sucesso financeiro. Para muitos, a vida se resume a negócios, status, o que dá ao dinheiro um enorme poder. Qualquer conflito nessa área costuma ser de difícil solução, principalmente se nele estiverem envolvidas pessoas que mantêm ou mantiveram um relacionamento próximo. Os desentendimentos podem ser sobre gastos, contas não pagas, perda de emprego, pensões. Vemos homens que precisam estar no controle; mulheres que se vingam gastando ou acusando o parceiro de não procurar melhorar; maridos ressentidos com o sucesso da esposa; filhos matando os pais para receber a herança.

Muitos se lembram da novela Pecado Capital, exibida pela Globo na década de 70, cuja música de abertura, composta e gravada por Paulinho da Viola, tornou-se um dos maiores sucessos do artista. Ela diz que dinheiro na mão é vendaval na vida de um sonhador, que muita gente aí se engana e cai da cama com toda a ilusão que sonhou, e que a grandeza se desfaz, quando a solidão é mais, como alguém já falou. Mas que é preciso viver e viver não é brincadeira não. Que quando o jeito é se virar, cada um trata de si, irmão desconhece irmão. E que, aí, dinheiro na mão é vendaval, dinheiro na mão é solução e solidão.

Essa música pode nos dar uma idéia de como a possessão acontece. Ela fala que o dinheiro pode provocar um vendaval, um tumulto interior em um sonhador, alguém que não está em contato com a realidade, um despreparado, um iludido que, pressionado pelas cobranças da vida, perde-se a ponto de desconhecer o irmão. Ela não diz que isso acontece a todo mundo ou pode ocorrer com qualquer pessoa. Em outras palavras, o turbilhão não depende do dinheiro, mas daquele em cujas mãos ele está ou não está. Assim, sempre que o dinheiro se colocar entre nós e outra pessoa, sempre que ele se apresentar como um empecilho a um relacionamento saudável, deveremos nos perguntar que sentimentos estão envolvidos na situação. A conduta de alguém com relação a dinheiro nunca é isolada, mas um reflexo de sua personalidade. E as brigas por dinheiro raramente são apenas por dinheiro.

Noutro dia, li, na Época, pergunta feita ao consultor de investimentos Mauro Halfeld que dizia mais ou menos assim: “Meu noivo propôs um acordo pré-nupcial e me senti meio ofendida. A família dele tem uma situação financeira melhor que a minha e me senti excluída. O que fazer?”. Minhas perguntas são: será que qualquer noiva se sentiria ofendida e excluída como essa? Será que uma outra poderia considerar a proposta de acordo muito natural? Será que uma outra poderia até mesmo se antecipar ao noivo e propor o acordo, considerando a diferença entre as famílias, exatamente para evitar que essa questão viesse a ser um problema para o casal algum dia?

A idéia da série é exercitarmos esse tipo de reflexão, para que os verdadeiros problemas, que estão escondidos nesses conflitos, venham à tona. Só assim poderemos encará-los e dar a eles uma solução. Eu acredito que, a partir de situações concretas, teremos mais sucesso nessa empreitada. Então, convoco todos os que se interessam pelo assunto a participar, enviando seus questionamentos, contando suas experiências.

Os interessados em ser co-autores da série poderão usar o próprio nome ou um pseudônimo, postar um comentário no blog ou enviar mensagem para maracisantana@yahoo.com.br, sem nenhuma preocupação quanto à privacidade.

Fico aguardando notícias de vocês. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!

Maraci Sant'Ana

23 de setembro de 2008

As bolhas das rodadas

Publicado em 30/8/2008, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro


A Veja publicou, neste mês, entrevista em que Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) teria dito que “A diplomacia brasileira apostou todas as suas fichas no G20 e em Doha. E falhou duplamente”. Para o empresário, o governo errou não apenas por ter negligenciado acordos bilaterais, na esperança de que os países ricos diminuíssem os subsídios bilionários, mas, principalmente, por ter relegado a solução de mazelas internas, bem mais determinantes para o desenvolvimento do agronegócio.

Segundo o entrevistado, se erradicasse a febre aftosa, por exemplo, o Brasil poderia elevar em 1 milhão de toneladas a venda de carne de porco – o equivalente a dez vezes o ganho potencial com Doha; se o nosso sistema de rastreamento de animais tivesse credibilidade, poderíamos aumentar em muito as exportações de carne bovina para a Europa; se tivéssemos uma vigilância sanitária eficiente, poderíamos alavancar as exportações de frutas. Para ele, nosso sucesso depende mais da solução de problemas domésticos que de negociações comerciais complexas. No Brasil, houve uma glamourização da Rodada Doha, uma expectativa de que, a partir dela, o país fosse alçado ao Primeiro Mundo.

Sem entrar no mérito dessas questões, o cenário apresentado parece com o da educação no Brasil. Há uma glamourização do curso superior, mas a realidade não tem o menor charme. As crianças, em especial as que dependem da rede pública, terminam o ensino fundamental como analfabetas funcionais - conseguem juntar letras em palavras, mas não sabem ler. Dali, seguem para o ensino médio, de onde saem totalmente despreparadas para o vestibular ou o mercado de trabalho. Assim, os jovens que precisam ganhar a vida encontram enorme dificuldade para conseguir até mesmo subempregos. Pressionados, tentam investir num curso superior, que se lhes apresenta como uma tábua de salvação.

Totalmente sem chances de ingressar numa boa universidade, menos ainda numa gratuita, caem nas garras das instituições que se multiplicam mais do que ratos e oferecem cursos ruins e caríssimos, a partir de um vestibular que até um estudante em coma é capaz de superar. Em geral, o resultado disso tudo é uma avalanche de pessoas com diploma de curso superior, mas sem competência para disputar uma boa colocação, que, desiludidas, continuarão nos subempregos. Isso se não tiverem desistido, no meio do caminho, falidas, incapazes de pagar as exorbitantes mensalidades.

Será que não seria melhor investir na educação básica, realmente preparando as crianças para o ensino médio? Será que não seria melhor se essa segunda fase fosse também uma preparação profissional, que permitisse a todos, além de tentar o vestibular, encontrar um lugar no mercado de trabalho? Um país como o Brasil precisa muito de técnicos. O serviço público e as indústrias que aí estão e que vêm chegando, por exemplo, têm vagas para esse pessoal. Aliás, bons alunos de boas escolas técnicas costumam sair de lá já contratados. Uma vez com uma formação e um emprego digno, não ficaria mais fácil para esses jovens ingressarem numa universidade que valesse a pena? Será que, aí, não teríamos profissionais realmente superiores?

Penso que cuidar do ensino fundamental seria como erradicar a febre aftosa. Dar também uma preparação técnica ao jovem durante o ensino médio seria como investir em acordos bilaterais. Ingressar numa boa universidade já com uma base de conhecimentos, uma profissão e um mínimo de segurança financeira seria como fechar um acordo vantajoso numa rodada de negociações da OMC, como a Doha. Aí, sim, coisa de Primeiro Mundo. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!


Maraci Sant'Ana





15 de setembro de 2008

O capitalismo e o humor pelo mundo

Publicado em 9/8/2008, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro

Tenho uma única irmã a quem sempre agradeço ao final dos meus textos - Maristela Sant’Ana. Como quase nada sei de economia, é a ela que recorro para checar se entendi corretamente os temas que pretendo explorar nesta coluna. Só então faço um link com a psicologia, esta sim minha área. Acontece que Maristela, além de jornalista, economista e minha consultora particular, é também bastante engraçadinha e me enviou um texto que muitos já devem conhecer, mas que creio mereça ser relido.

Capitalismo ideal: você tem duas vacas. Vende uma e compra um touro. O rebanho se multiplica e a economia cresce. Você vende o rebanho e se aposenta rico!; capitalismo americano: você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir leite de quatro vacas. Fica surpreso quando ela morre; capitalismo francês: você tem duas vacas. Entra em greve porque quer três; capitalismo canadense: você tem duas vacas. Usa o modelo do capitalismo americano. As vacas morrem. Você acusa o protecionismo brasileiro e adota medidas protecionistas para ter as três vacas do capitalismo francês; capitalismo japonês: você tem duas vacas, né?. Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenhos de vacas chamados Vaquimon e os vende para o mundo inteiro; capitalismo italiano: você tem duas vacas. Uma delas é sua mãe, a outra é sua sogra, maledetto!!; capitalismo britânico: você tem duas vacas. As duas são loucas; capitalismo holandês: você tem duas vacas. Elas vivem juntas, não gostam de touros, mas tudo bem; capitalismo alemão: você tem duas vacas. Elas produzem leite pontual e regularmente, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos; capitalismo russo: você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12. Você pára de contar e abre outra garrafa de vodca; capitalismo suíço: você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar a vaca dos outros; capitalismo espanhol: você tem muito orgulho de ter duas vacas; capitalismo português: você tem duas vacas e reclama porque seu rebanho não cresce; capitalismo chinês: você tem duas vacas e 300 pessoas tirando leite delas. Você se gaba muito de ter pleno emprego e alta produtividade. E prende o ativista que divulgou os números; capitalismo hindu: você tem duas vacas. Ai de quem tocar nelas; capitalismo argentino: você tem duas vacas. Você se esforça para ensinar as vacas a mugirem em inglês. As vacas morrem. Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano ao FMI; capitalismo brasileiro: você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria a CCPV – Contribuição Compulsória pela Posse de Vaca. Um fiscal vem e o autua porque, embora você tenha recolhido corretamente a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas. Finalmente, pra se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar por isso mesmo...”

Tudo bem que a situação do mundo, de maneira geral, nada tem de engraçada. Mas o humor sempre teve e sempre terá um papel importantíssimo em momentos de crise pessoal ou coletiva. É maravilhosa essa capacidade de transformar em piada coisas como as próprias dificuldades, a falta de semancol dos outros, o autoritarismo, o fanatismo, o preconceito, as idéias absurdas. Isso, entre outras vantagens, reforça nossa reserva de energia, para aquelas horas em que não dá pra rir de jeito nenhum. Além disso, força-nos à autocrítica, encoraja-nos a novos olhares, promove catarses e estimula a solidariedade com aqueles que, por absoluta falta de uma veia cômica, mantêm-se oprimidos pela vida. Resumindo, rir é um grande e lucrativo negócio. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!


Maraci Sant'Ana


8 de setembro de 2008

As rodadas Doha de cada dia

Publicado em 2/8/2008, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro

Fracassaram as tentativas de se liberalizar o comércio entre os países-membros da OMC. Sete anos de negociações, que deveriam abrir mercados, terminaram, nesta semana, em desilusão, literalmente derrubados por medidas protecionistas. Foram nove dias, mais de 100 horas de discussões intensas e nenhum acordo. Resumidamente, o desastre foi atribuído à intransigência de Índia e China, que não abriram mão de um nível alto de salvaguarda a seus agricultores e indústrias, e à inflexibilidade dos EUA, que exigiam acesso a esses mercados, em troca do corte de subsídios agrícolas. Chega a um triste fim a Rodada Doha.


É desanimador vermos desperdiçada uma chance histórica de se estimular a prosperidade do mundo em desenvolvimento. Mas a Rodada Doha também será lembrada como o momento em que restou claro que o poder não mais está concentrado na Europa e nos Estados Unidos, que empurravam suas decisões goela abaixo do resto do mundo. Países como Brasil, China e Índia agora têm vez e voz. É pena que tenha sido esse o preço da nova distribuição de forças, porque todos perdemos, em especial os países mais pobres, justamente aqueles que mais precisam de proteção, de salvaguardas especiais.


Mas o que aconteceu em Genebra não é muito diferente do que vemos todos os dias nas famílias, em que pais vivem em eterna negociação com filhos. De repente, um impasse que exige um acordo - ambos os lados acreditam estar com a razão e lutam para resguardar seus interesses. Dependendo, basicamente, do poder detido pelos envolvidos, e isso está condicionado a fatores como idade, situação financeira e amadurecimento emocional, as tratativas serão mais ou menos difíceis. Quanto mais desequilíbrio de forças, mais facilmente se chega a um “acordo”.


Quando os filhos são muito jovens e dependentes, as divergências são resolvidas com tranqüilidade para os pais, que, desavisados, mandam e desmandam, fazem e acontecem, às vezes agindo como ditadores, mesmo que bem-intencionados. Só que estes deverão lembrar que os filhos não ficarão pequenos e dependentes para sempre. Eles crescerão e chegará o momento em que os olharão de frente, olhos nos olhos, de igual para igual, agora, sim, também poderosos, tal qual os chamados países emergentes estão fazendo com os desenvolvidos. Quanto mais equilíbrio de forças, menos facilmente se chega a um acordo, embora este sim tenda a ser legítimo.


Dizem que os filhos vêm ao mundo para ocupar todos os espaços e a gente cá está, aguardando por eles, exatamente para evitar que eles ocupem todos os espaços. Portanto, essas situações fazem parte das relações entre pais e filhos. E a idéia é que, com elas, aprendamos a ser melhores como seres humanos. Muito do futuro desses relacionamentos está nas mãos dos filhos. Mas acho que a maior responsabilidade é dos pais.


Assim, sempre que nos defrontarmos com aqueles que estão sob nossa responsabilidade, lembremo-nos de ser firmes quando preciso, flexíveis se possível e amorosos sempre. A nossa postura como negociadores será determinante na daqueles com quem teremos de negociar mais pra frente. Porque os filhos aprendem não com o que dizemos a eles, mas com as nossas atitudes. Se soubermos ser justos, coerentes, flexíveis e amorosos, eles assim tenderão a agir, quando o poder migrar das nossas para as mãos deles. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!


Maraci Sant'Ana

4 de setembro de 2008

O caminho que vai dar no sol

Publicado em 26/7/2008, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro


A economia do Brasil vem crescendo e, com ela, as oportunidades de trabalho. Segundo a coluna Emprego S/A, do Bom Dia Brasil de 10 de julho, só em maio deste ano surgiram 172 mil novas vagas – 66 mil nas nove maiores regiões metropolitanas e 106 mil no interior. Em Jeceaba, município de Minas Gerais, por exemplo, uma das siderúrgicas mais modernas do país vai gerar 7.500 empregos, número muito maior do que o de habitantes.


Como dito na reportagem, a qualificação é importante, mas o atributo mais valorizado, na hora da contratação, é a disposição para aceitar desafios. Porque raramente essas oportunidades estão logo ali, na esquina de casa. Ao contrário, estão espalhadas pelo país, às vezes bem longe, e exigem que o candidato tenha visão, coragem, disposição, desprendimento, amadurecimento, para se arriscar numa mudança.


Muitos acreditam que, uma vez que se profissionalizaram, graças a um curso técnico ou superior, estão garantidos, o que não é verdade. Ter uma profissão, um ótimo salário, morar bem, numa cidade maravilhosa, cheia de recursos e diversões é o sonho de todos nós. Mas não é assim que a banda toca. Esses paraísos consagrados não costumam ter vagas dando sopa. Neles, a concorrência é muito grande. E o resultado disso é gente frustrada por trabalhar em área diferente da de sua formação, ou reclamando sem parar das altas exigências e dos baixos salários.


Esses desavisados ficam por ali, como que pregados na cidade onde nasceram ou cresceram, incapazes, muitas vezes, de se descolar dos familiares, freqüentando a mesma roda de amigos, indo aos mesmos lugares e se lamentando por não conseguirem emprego. Alegam falta de sorte, que o mercado está difícil, que a economia está recessiva. Sem conseguirem se movimentar de forma diferente, parecem cachorro correndo atrás do rabo - não saem do lugar e ainda ficam exaustos.


É preciso ter visão e ousar. Lembro de uma conversa com meu filho quando ele tinha uns oito anos. Eu lhe disse que faria uma poupança para que ele pudesse estudar numa grande universidade, até mesmo nos Estados Unidos ou na Europa, se fosse o caso – coisa de mãe coruja de filho único. Só que ele me surpreendeu ao revelar que não poderia estudar nem mesmo no Brasil, já que estaria morando numa estação espacial de Marte.


É claro que ninguém precisa mudar para Marte. Aliás, espero que o meu baby nunca se transfira pra lá. Se for assim, corro o risco de sair daqui para o nascimento de um neto e só chegar pro aniversário de um ano. Mas Jeceaba é bem ali. Essa gente precisa se mexer, desmamar. O Brasil é muito grande e há lugares necessitando e muito de profissionais já prontos ou com vontade e coragem para se preparar.


E pra ajudar a animar essa galera, deixo um trecho de Nos bailes da vida, de Milton Nascimento: “Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol. Tenho comigo as lembranças do que eu era. Para cantar nada era longe, tudo tão bom. 'Té a estrada de terra na boléia de caminhão. Era assim. Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão. Todo artista tem de ir aonde o povo está. Se foi assim, assim será. Cantando me desfaço e não me canso de viver, nem de cantar”. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!


Maraci Sant'Ana