Caderno TBprograma, Coluna Psicoproseando...com Maraci.
Na semana passada, minha amiga Dalva Helena perdeu um companheiro - morreu Puff, um de seus "meninos", um poodle todo branquinho e fofo de onze anos. Ela ficou bem triste, como era de se esperar - chorou muito, mesmo sabendo que a morte não é o fim.
O tamanho da tristeza dela me comoveu. Também tenho três gatos que são pra mim tal qual filhos. Diferentemente de outras pessoas, não vejo Frajola, Menininha e Docinho como fontes de trabalho e despesa. Nós trocamos carinhos e eles me trazem muitas alegrias. São meus parceiros de vida, verdadeiros e amorosos.
Muitos questionam a legitimidade desse tipo de relacionamento, de amor, entre um ser humano e um animal. E, em caso de morte, acham que uma grande dor só é cabível se se tratar de um parente querido ou um amigo muito próximo.
Lembro de uma paciente que estava péssima por ter sentido mais a morte do seu cachorro do que a da própria mãe. Era difícil, até mesmo para ela, entender uma coisa assim, embora o cão tenha sido um grande amigo e a mãe a tenha prejudicado terrivelmente.
Essas reflexões me fazem lembrar outra amiga que também adora cães, já tem um e, se pudesse, adotaria todos os que encontra pelas ruas. Um dia, ela me ligou angustiada, sentindo-se uma pecadora, por não ter o mesmo carinho e disposição para acolher uma das muitas crianças que estão também abandonadas. A predileção pelos animais a estava incomodando.
Acredito que, neste mundo, precisa haver todo tipo de gente - as que adorem crianças, as que curtam idosos, as que amem animais, as que prefiram se cercar de plantas. Acredito que, neste mundo, precisa haver todo tipo de gente para se ocupar e dar amor a todo tipo de criatura.
Não importa a qual espécie de ser ou a quem você dirige o seu amor. Não importa se prefere uns a outros. Chegará o dia em que nós todos nos amaremos verdadeiramente, sem distinção. Mas, até lá, não devemos nos prender àquilo que não conseguimos ainda. Devemos amar quem, como e quanto pudermos. E nos alegrar com essa conquista porque é isso o que a capacidade de amar representa - uma vitória.
Conforme dito pelo Espírito Joanna de Ângelis, no livro Amor, imbatível amor, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco, o amor é a substância criadora e mantenedora do Universo; que, quanto mais se divide, mais se multiplica; que se enriquece à medida que se reparte; que se agiganta na razão que mais se doa; que se fixa com mais poder quanto mais se irradia; que nunca perece porque não se enfraquece.
O amor está presente em todos os seres - os ditos racionais e os ditos irracionais, variando apenas de expressão e de dimensão. Ele une almas, alimenta corpos e nutre o nosso eu profundo. Por isso é importante que esse sentimento seja lançado no mundo. Quanto mais amor, melhor.
Então, a você, Dalvinha, tenho a dizer que essa tristeza passará, como você bem sabe. Mas, o amor que você dedicou ao Puff e o que ele dedicou a você permanecerá para sempre. E todos continuaremos a ser, indistintamente, por ele tocados. Temos muito a agradecer aos dois.
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