6 de agosto de 2007

Pan

Publicado no Tribuna do Brasil de 27/7/2007
Caderno TBprograma, Coluna Psicoproseando...com Maraci.

De 13 a 29 de julho últimos, o Brasil, mais especificamente o Rio de Janeiro, sediou a 15ª versão dos Jogos Pan-americanos. Durante 16 dias, 5.662 atletas de 42 países das Américas buscaram os melhores resultados nas quadras, pistas, campos e piscinas. A cada edição, os Jogos crescem em tamanho e importância. E já estão entre as principais competições do calendário esportivo mundial.

Os Pan-americanos foram realizados, pela primeira vez, em 1951, em Buenos Aires, capital da Argentina. São uma versão das Olimpíadas, que tiveram início na Grécia por volta de 2500 a.C. Os gregos buscavam, com os jogos, a paz e a harmonia entre as cidades. Os cinco anéis entrelaçados da bandeira olímpica representam a união de povos e raças que formam os continentes. Esse é o espírito.

O símbolo escolhido pelos brasileiros para o PAN Rio 2007 foi o solzinho Cauê, com uma mensagem de paz, respeito ao meio ambiente, amizade e confraternização; e o slogan dos Jogos foi "Viva essa energia!". Parece que a nossa estrela maior nos trouxe sorte. Essa foi a melhor edição para o Brasil.

A delegação brasileira deste ano foi a maior da história, composta por 999 pessoas - 660 atletas, 212 técnicos e auxiliares, 51 chefes de equipe, 60 profissionais médicos e 16 profissionais administrativos. As nossas conquistas resultaram do esforço de toda essa gente. Foi um trabalho de equipe, de perfeita comunhão. O mérito é desse conjunto e também da torcida que, embora tenha "pisado na bola" algumas vezes, com vaias nada esportivas, conseguiu manter elevado o moral dos nossos, mesmo nos momentos mais cruciais e até nas implacáveis derrotas.

Participar desse tipo de evento exige vocação, talento, coragem, perseverança, disposição, sorte. Muitos dos que ali estavam, inclusive atletas brasileiros, disputaram de teimosos que são. Para chegar ao PAN, tiveram de se dividir entre os treinos e o trabalho que dá o sustento. Parte daquelas medalhas foi ganha na raça, sem apoio, sem patrocínio. Muitos, numa situação assim, teriam desistido.

É preciso ser especial para conseguir desviar os olhos da adversidade e seguir o brilho da esperança; para enxergar arbustos verdes, flores, borboletas e passarinhos onde só há árvores secas; para ver colorido onde tudo é cinza; para perceber a luz no fim de um túnel escuro. É preciso ser fora do comum para, apesar dos pesares, manter os sonhos que fomentam o entusiasmo, a esperança que conduz à vitória.

Naturalmente, não assisti a todos os jogos. Apesar da importância do evento, a vida continuava para nós, criaturas nada olímpicas, pobres mortais. Nem foram todas as apresentações do Brasil que consegui acompanhar. Mas, sempre que o momento se apresentou, torci por nossos atletas e vibrei com suas conquistas, como todo brasileiro.

Só que, sinceramente, mesmo quando éramos vitoriosos, não me sentia totalmente feliz. Partia meu coração ver a tristeza dos que não haviam conseguido, a decepção enchendo de sombras gente tão preparada e que tanto se empenhou, rostos ainda tão jovens. Penso que o espetáculo seria muito mais bonito se todos saíssem triunfantes, carregando uma medalha.

O que me conforta é saber que a grande maioria, mesmo aqueles que nada conquistaram, já retomou os treinos, com o pensamento voltado para a próxima competição. Graças a Deus essas criaturas não se deixam impressionar com a derrota. E, em breve, nos proporcionarão belos espetáculos. Eles parecem acompanhar Mário Quintana - "Se as coisas são inatingíveis... ora!; não é motivo para não querê-las...; que tristes os caminhos, se não fora a mágica presença das estrelas!

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Maraci, como sabe eu amei esse site..amei teus artigos..Em especial gostei muito desse..Pelo fato de ter escrito um poema sobre o pan...Bjus e DEUS continue abençoando sua vida.Quando puder vista o site onde coloco minhas poesias..bjus Gabriela

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/gabigabyzinha