11 de agosto de 2007

Sim à Vida

Publicado no Tribuna do Brasil de 10/08/2007
Caderno TBprograma, Coluna Psicoproseando...com Maraci.


Na próxima quarta, dia 15, às 17 horas, em frente ao Congresso, acontecerá a “Primeira Marcha Cívica Nacional Em Defesa da Vida – Brasil Sem Aborto”, uma manifestação contra a legalização do infanticídio pré-natal, crime hediondo cuja vítima nem pode implorar compaixão.

Descriminar o aborto é retroceder. Até nos animais ditos inferiores, a maternidade se expressa como um dos mais vigorosos mecanismos da vida. E mesmo fêmeas dóceis são capazes de tudo para defender a cria. Além disso, a interrupção da gravidez traz enormes danos à mulher - muitas não mais conseguem engravidar ou sustentar uma gestação; outras sofrem doenças como vaginismo, endometrite e câncer, além de distúrbios mentais de origem emocional e espiritual.

Sou contra até em caso de estupro. No Brasil, não há pena de morte. Aqui, um estuprador não poderá ser executado. Da mesma forma, nem mesmo uma mãe que mate um filho já nascido ou em gestação será sentenciada à pena capital. Então, o que justificaria punir dessa forma uma criatura indefesa, que não tem culpa de ter sido gerada a partir de um ato de violência?

Há mulheres que não podem ou querem criar um filho. Mas há centenas de pais que aguardam nas filas de adoção. Se não for possível à mãe assumir a criança, ela poderá transferir essa missão a alguém que a queira. Afinal, pais são os que criam. Mas, matar, nunca!

Defensores do aborto tentam se justificar dizendo que, nas primeiras semanas, o ser em gestação é apenas um punhado de células. Mas a ciência já derrubou esse argumento, provando que, a partir do momento da fecundação, inicia-se uma vida. Também costumam alegar que a mulher é dona do próprio corpo. Só que, ao interromper uma gravidez, ela está dispondo do corpo e da vida de outra pessoa. Não há diferença entre matar uma criança ainda no ventre, atirá-la numa lagoa ou num lixão, ou espancá-la até a morte, como temos visto acontecer.

Nem cabe o argumento de que o aborto é um problema de saúde pública, que, quando clandestino, leva à morte milhares de mulheres. Legalizar o assassínio da criança para evitar a morte da mãe, matar um ser indefeso para salvar alguém que pode se defender e tem opções é um absurdo! Um crime para evitar outro? Seria essa regra justa?

Além disso, as que morrem são as que não podem pagar uma boa clínica. Em caso de legitimação, restaria às pobres os hospitais públicos. Será que o SUS terá disponibilidade para atender mulheres que desejem matar o próprio filho, sendo que não vem conseguindo ajudar as que imploram socorro para um filho doente? E não parece uma contradição legalizar o aborto num país em que mulheres que não têm o que comer encontram tantos obstáculos para uma simples laqueadura de trompas?

Talvez o mais grave problema da saúde seja a falta de ou o mau atendimento nos hospitais. E boa parte dessa deficiência resulta dos criminosos desvios de verbas. Mas nem por isso vejo campanhas para matar os servidores, empresários e políticos corruptos que roubam da sociedade, deixando os hospitais à míngua - isso seria um crime para evitar outros. E isso seria justo?

As únicas condições para se aceitar o aborto são: a mãe estar em perigo e concordar com a interrupção. Nem mesmo a anencefalia justifica o infanticídio. Já ocorreram casos em que crianças malformadas foram trazidas ao mundo, receberam o carinho dos pais e, após o desencarne, tiveram seus órgãos doados para salvar outros bebês.

Mesmo que legalizado, o aborto nunca encontrará amparo nas Leis Soberanas que regem o Universo. O direito à vida não é relativo, como muitos pregam - é soberano. Até a marcha da quarta-feira!

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