Publicado em 10/5/2008, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro.
Praticamente não se fala em outra coisa – o Brasil agora é um país seguro, pelo menos no que diz respeito a investimentos. Estamos todos felizes e o mercado financeiro é só alegria, cheio de disposição, animado como folião em baile de carnaval. Os investidores estrangeiros estão de olho em nós, o que é um excelente indicativo econômico.
Mas nem tudo são flores. Há quem veja o quadro com reservas, que se preocupe, por exemplo, com o impacto do fluxo maior de dólares para o país. E dizem que, dentro do próprio governo, existe uma movimentação para, se for preciso, conter a entrada de capital.
E os profissionais da área lembram também que essa classificação não é algo eterno e que o Brasil, pra continuar bem na fita, como está hoje, tem de tocar as benditas reformas de que tanto ouvimos falar, sobretudo a tributária e a trabalhista, além de se manter na linha de responsabilidade fiscal.
Num primeiro momento, tudo isso me pareceu confuso. Mas tenho uma irmã jornalista e economista, que é uma fofa e me deu grandes dicas. Dá, então, pra fazer uma analogia do que hoje acontece no mercado financeiro com o que ocorre nos casamentos em geral.
O começo é uma beleza. O casal se sente seguro pra investir. É o momento ideal para marcar a data, preparar a cerimônia e a festa, agitar o enxoval. Ambos estão felizes, animados com a perspectiva de uma vida nova, da convivência, da chegada dos filhos, da formação da própria família.
Mas nem tudo são flores. Também esse quadro deve ser visto com reservas. Como bem alertou minha irmã, se os dois não ficarem espertos, o casamento poderá fazer água. Os filhos, por exemplo, assim como os dólares que invadem o mercado interno, poderão passar de benção a fator de desestabilização.
Além disso, pra se divorciar, a gente só precisa estar casado. Assim, as reformas, os ajustes, a manutenção das responsabilidades são indispensáveis. Nada de se descuidar da relação, de se acomodar tratando o outro como território definitivamente conquistado. E olho nos investidores estrangeiros! Nesse caso, o interesse deles pode não ser nada bom.
Resumindo - não apenas no que diz respeito ao casamento, mas também ao grau de investimento, valem as palavras de Billy Blanco, em Canto Chorado: “O que dá pra rir dá pra chorar, questão só de peso e medida, problema de hora e lugar. Mas tudo são coisas da vida...”. Valeu, irmã! Até sábado, leitores!
Maraci Sant'Ana
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