Publicado em 10/1/2009, no site do Correio Braziliense, Blog do Vicente Nunes,
coluna A Psicologia e o Dinheiro
coluna A Psicologia e o Dinheiro
Série "O Dinheiro e os Relacionamentos" - Parte 8
O texto O PODER DO DINHEIRO, primeiro desta série, recebeu comentário do leitor José Stélio. Ele mencionou um conto que, embora muito conhecido, merece novo destaque. “Um homem, depois de um tempo observando um pescador, aproxima-se dele e dá início ao seguinte diálogo: – Sou executivo de uma multinacional e meu trabalho é aumentar a eficiência da fábrica, otimizando recursos, reduzindo preços, melhorando a qualidade dos produtos. Sou um expert nessa área, com vários cursos, inclusive no exterior. Então, vou lhe dar uma sugestão: você poderá se tornar um homem rico se, em lugar desse equipamento tosco, usar uma vara com molinete. Assim, arremessará a isca mais longe e pegará peixes maiores. Melhorando as vendas, comprará um barco motorizado com uma boa rede e terá produção para vender a cooperativas. Daí, adquirirá um caminhão e dispensará os intermediários, aumentando o lucro. Além disso, distribuirá seu produto para grandes supermercados e peixarias. Em aproximadamente uns 15 anos, uma vez rico, você poderá vir para cá, como eu, descansar e curtir essa praia maravilhosa. E, diante de tudo isso, apenas o espanto do pescador que retrucou dizendo: – Mas, dotô, isso eu já tenho hoje!”
São muitas as lições que podemos tirar desse conto. Uma delas é a de que corremos o risco de parecermos ridículos sempre que tentamos, mesmo que movidos pelas melhores intenções, impor aos outros nosso estilo de vida. E essa tendência parece tomar força especialmente quando deixamos de lado nossa rotina e nos arriscamos em aventuras que incluem terras distantes, pessoas diferentes, realidade diversa. Lá vamos nós, prontos a distribuir sabedoria e refratários a aprender, a não ser que estejamos em viagem a, por exemplo, países do chamado primeiro mundo, nos quais costumamos nos espelhar, deslumbrados que somos. Do contrário, tendemos a ver as pessoas como peças folclóricas, apenas como excentricidades que nas férias estão e nelas deverão permanecer.
Se o executivo tivesse relaxado o bastante para conseguir ampliar sua visão – isso sim uma experiência incomum e surpreendente para muitos –, perceberia que o pescador já tinha o que ele oferecia – a praia, a brisa, o silêncio, a tranquilidade, a paz, mesmo sem ter precisado trabalhar enlouquecidamente por 15 anos. Não estou dizendo que todos devemos abandonar nossas vidas e mudar para uma aldeia de pescadores, munidos apenas de uma varinha simples de pescar, certos de que ali está a felicidade. Mas acho que devemos exercitar a arte de deixar de lado, pelo menos de vez em quando, as nossas “verdades”, de nos limitarmos a dar apenas o que nos for pedido, de respeitar o momento do outro, de procurarmos nos posicionar como ele e ver a vida sob um novo prisma, de nos colocarmos em posição de observadores isentos de idéias preconcebidas.
E isso vale em qualquer situação, no nosso dia-a-dia, com pais, irmãos, filhos, colegas de trabalho, chefes e subordinados, inclusive nos relacionamentos com quem parece nada ter a nos oferecer e com aqueles que acreditamos terem vindo ao mundo só para nos irritar ou atrapalhar. Sempre podemos e devemos procurar aprender com o outro. Valeu Stélio! Valeu irmã! Até sábado, leitores!
Maraci Sant'Ana
Além do grupo de terapia Para Sobreviver a um grande amor, para mulheres que viveram ou estão vivendo um relacionamento amoroso problemático, estou iniciando um grupo para adultos e adolescentes que sofrem de Transtorno Obsessivo-Compulsivo - TOC e outro para adultos e adolescentes que sofrem de Síndrome do Pânico. Interessados poderão obter informações pelo telefone (61) 9967.0990.
Além do grupo de terapia Para Sobreviver a um grande amor, para mulheres que viveram ou estão vivendo um relacionamento amoroso problemático, estou iniciando um grupo para adultos e adolescentes que sofrem de Transtorno Obsessivo-Compulsivo - TOC e outro para adultos e adolescentes que sofrem de Síndrome do Pânico. Interessados poderão obter informações pelo telefone (61) 9967.0990.
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